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Salles pede mais dinheiro ao Ministério da Economia para o combate ao desmatamento

A pressão de políticos e ambientalistas sobre o governo aumentou depois dos cortes no orçamento na área. O pedido de recursos vem num momento de cobrança por resultados concretos na área ambiental. Salles pede mais dinheiro ao Ministério da Economia para o combate ao desmatamento Primeiro o presidente Jair Bolsonaro, diante de líderes de quase 40 países, assumiu o compromisso de aumentar a fiscalização e o combate ao desmatamento no Brasil. No dia seguinte, sancionou o orçamento com cortes de recursos para essa área. Imediatamente, isso aumentou a pressão de políticos e ambientalistas sobre o governo, e o ministro do Meio Ambiente foi pedir dinheiro ao Ministério da Economia. O pedido de recursos vem num momento de cobrança por resultados concretos na área ambiental. Na Cúpula de Líderes sobre o Clima, o presidente Jair Bolsonaro prometeu dobrar os recursos para fiscalização. Mas um dia depois, sancionou o orçamento com corte de R$ 240 milhões para o Meio Ambiente, destinados em emendas parlamentares. O presidente preservou o valor de R$ 2,6 bilhões do ministério e R$ 135 milhões para a fiscalização. No documento enviado ao Ministério da Economia, Salles pediu R$ 72 milhões para o Instituto Chico Mendes, R$ 56 milhões para o Ibama e R$ 142 milhões para ações de fiscalização. Ao todo R$ 270 milhões, que segundo Salles, irão para fiscalização, prevenção e combate ao desmatamento ilegal e aos incêndios florestais. A especialista em políticas públicas do Observatório do Clima, e ex-presidente do Ibama, Suely Araújo, afirma que mesmo que o pedido seja atendido pelo Ministério da Economia, ainda é pouco para garantir a fiscalização necessária. O governo vem tratando a política ambiental como uma coisa que atrapalha" “O governo vem tratando a política ambiental como uma coisa que atrapalha, uma coisa afastada, uma coisa que eu tenho que retirar. O discurso necessariamente do clima e esse veto no dia seguinte? Você vê que o discurso é mero discurso. Que na prática, o governo não tem intenção de concretizar o que ele está prometendo. O orçamento é um reflexo de decisões, de prioridades em termos de políticas públicas”, diz Suely Araújo. A Associação Nacional dos Servidores em Meio Ambiente diz que o Ibama e no ICM-bio vêm sendo sucateados e que essa ação precisa ser revertida. “É um orçamento insuficiente para realização da fiscalização, dos combates ao incêndio florestais e, pior do que isso, em 2020, nem esse orçamento reduzido foi executado na sua plenitude”, fala Denis Rivas, presidente da Ascema. Os cortes no orçamento atingiram outras áreas fundamentais. Houve bloqueios e vetos no Ministério da Educação, da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Inovação. O MEC perdeu quase R$ 4 bilhões. De acordo com a Instituição Fiscal Independente, houve corte expressivo nos recursos de universidades e institutos de tecnologia. Até a Saúde, em meio à pandemia, também ficou com menos. O corte foi de mais de R$ 2 bilhões. O ministério reforçou, neste sábado (24), que tem a promessa de verba extraordinária, caso tenha necessidade. Neste sábado, o ministro Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovações, disse em rede social, que os cortes foram um "estrago". A pasta perdeu mais de R$ 650 milhões. O que pode afetar a pesquisa de uma vacina brasileira contra a Covid, anunciada pelo ministro em março. “Estamos aí com um trabalho duplo: tanto trabalhando para o orçamento do ano que vem, quanto vendo o que vamos fazer com o orçamento deste ano, do estrago, vamos chamar assim. Realmente foi muito comprimido esse orçamento. Pesquisa não é uma coisa que você pode ligar e desligar a chave assim de uma hora para outra. Não existe isso. É uma coisa que tem continuidade. Se você desliga a chave de certos tipos de pesquisa, simplesmente a gente não tem como continuar. Você tem um retardo aí de muitos anos. Parando um mês uma pesquisa, você perde muita coisa de muitos anos”, explica o ministro. O Jornal Nacional procurou o Palácio do Planalto para que se manifestasse sobre as críticas aos cortes no orçamento. A assessoria pediu que procurássemos o Ministério da Economia, a Casa Civil e a Secretaria de Governo. Nenhum desses órgãos retornou nossos pedidos.

source https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2021/04/24/salles-pede-mais-dinheiro-ao-ministerio-da-economia-para-o-combate-ao-desmatamento.ghtml

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