
Oficiais foram sentenciados por torturas em centro de detenção que funcionou em Montevidéu entre 1975 e 1977. Três já estão presos por outros crimes no período. Parentes de vítimas da ditadura uruguaia (1973-1984) participam de ato em 2010 que cobra punição aos torturadores e assassinos Pablo Porciúncula/AFP A Justiça uruguaia condenou à prisão nesta quinta-feira (3) sete militares aposentados por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura militar (1973-1985). Três deles já cumprem penas por outros crimes semelhantes no mesmo período. José Nino Gavazzo, Jorge Silveira, Mario Aguerrondo, Ernesto Rama, Rudyard Scioscia, Mario Frachelle e Mario Cola foram processados por "privação de liberdade e violência privada" contra cerca de trinta detidos no centro clandestino de tortura "300 Carlos", que funcionou entre 1975 e 1977 em um complexo militar na capital Montevidéu. O procurador especializado em crimes contra a humanidade, Ricardo Perciballe, havia solicitado a instauração de processo com prisão de oito repressores por esses crimes. Um deles morreu durante o processo judicial. Gavazzo, Silveira e Rama já haviam sido condenados por outros crimes contra a humanidade cometidos durante o governo. Os outros serão presos pela primeira vez. A denúncia havia sido apresentada em 2011, quando o ex-guerrilheiro e então presidente de esquerda José Mujica retirou a proteção concedida por uma lei de anistia aprovada na década de 1980, conhecida como Lei da Caducidade, para investigações de violações de direitos humanos. A Promotoria Especializada em Crimes Contra a Humanidade ainda tem 13 pedidos pendentes de ação penal contra cerca de 50 pessoas implicadas em crimes relacionados ao terrorismo de Estado, segundo o jornal local "La Diaria".
source https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/06/04/uruguai-condena-sete-militares-aposentados-por-crimes-contra-a-humanidade-na-ditadura.ghtml