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Pantanal, 1 ano depois: fotógrafo retrata resiliência após queimada histórica e impacto da seca


Ricardo Martins é especializado em fotografia de natureza e foi premiado pelo prêmio Jabuti em 2012. Em agosto deste ano, fez uma travessia pelo bioma para registrar a falta de água. Tanque de água seco com jacaré morto após grande seca em agosto de 2021 Ricardo Martins Um jacaré morto, seco e com a pele se confundindo com as crateras do chão do Pantanal. Uma anta no meio de uma reserva que já teve água com os urubus à espreita, só esperando a morte. Ricardo Martins, ganhador do Jabuti de fotografia em 2012, fez uma expedição pelo bioma em agosto e retratou, 1 ano após o fogo histórico, como está o ecossistema da região. "O Pantanal é um ciclo, ele enche, ele seca, só que eu nunca tinha visto uma seca desse jeito. E conversando com as pessoas de lá todo mundo me falava: muito seco, muito tempo sem chover, e eu vi cenas bem dramáticas, principalmente de jacarés na busca pela água", contou ao g1. Uma sucuri viva entre 9 milhões de cobras mortas: achado traz esperança para pesquisadora no Pantanal Queimadas mataram 17 milhões de animais vertebrados no Pantanal em 2020, aponta estudo Cerca 200 jacarés são transportados no Pantanal de MT para evitar canibalismo O fotógrafo contou que seu pai "é do bioma" e que, por isso, sempre esteve lá. "Por esse motivo, quis fazer um livro e homenagear a região, que aliás me inspirou a ser fotógrafo de natureza". Ele está lançando o livro "Pantanal, um patrimônio natural e sua cultura". Ricardo Martins andou pela região e chegou a achar que todos os jacarés estavam mortos, mas, em alguns momentos, se surpreendeu. "Nem passava pela minha cabeça que aquele bicho pudesse estar vivo, para mim ele era pele e osso. Tanto é que nem imaginei, mas, na hora que você chega perto, ele começa a se mexer. Então, pareciam zumbis andando", contou. Outra cena marcante, segundo o fotógrafo, foi a de uma anta tentando aproveitar o resto de água em uma reserva que já foi alagada: "Era um tanque de água, e hoje você encontra já totalmente seco. Ela estava se enfiando naquele barro até onde dava, com os olhos fechados de desespero, ali como se fosse um oásis, no meio do nada, e é o que ela tinha. E eu andei no meio dela e ela nem se preocupou de sair de tão exausta. Tinham urubus em volta verificando se ela estava morta". Em 2020, o Pantanal registrou o maior número de focos de fogo desde o início do monitoramento do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Pesquisadores estimaram que mais de 17 milhões de vertebrados morreram devido às queimadas. Veja imagens de Ricardo Martins em sua expedição pelo Pantanal: Tanque de água seco com jacarés mortos por resultado da grande seca no Pantanal em agosto de 2021 Ricardo Martins Salinas do Pantanal e a seca na região da Nhecolândia, no Mato Grosso do Sul, em agosto de 2021 Ricardo Martins Comitiva com mais de 1000 cabeças de gado em Nhecolândia, no Mato Grosso do Sul, em agosto de 2021 Ricardo Martins Anta em busca de um pouco de água e urubus ao seu redor conferindo se ainda estava viva em agosto de 2021 Ricardo Martins Casa do poeta Manoel de Barros na região da Nhecolândia, no Mato Grosso do Sul Ricardo Martins Pescador no Rio Paraguai, no Mato Grosso do Sul, em agosto de 2021 Ricardo Martins Catadores de isca conhecida como tuvira, que serve para a pesca do peixe pintado, no Pantanal em agosto de 2021 Ricardo Martins Onça- Pintada no Rio Cuiabá, na região de Porto Jofre, em Mato Grosso Ricardo Martins Vídeos do G1 O peixe que virou o símbolo da proteção da fauna no Pantanal

source https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2021/09/21/pantanal-1-ano-depois-fotografo-retrata-resiliencia-apos-queimada-historica-e-impacto-da-seca.ghtml

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