Nossos repórteres acompanharam os registros de violência policial em três cidades do Brasil: São Paulo, Salvador e São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Profissão Repórter mostra como o uso de câmeras pode diminuir as mortes provocadas por policiais Profissão Repórter O Profissão Repórter desta terça-feira (21) mostrou a violência policial em três grandes cidades do país: São Paulo, Salvador e São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro. O repórter Caco Barcellos registrou a violência contra os moradores do Salgueiro, onde moram 250 mil pessoas distribuídas num complexo de 8 comunidades em São Gonçalo, município da região metropolitana do Rio de Janeiro. A operação policial conhecida como "Tróia" foi muito combatida pela juíza Patrícia Acioli. Ela foi assassinada depois de ter decretado a prisão de 66 policiais militares do Sétimo Batalhão de São Gonçalo envolvidos nas "Tróias" contra a comunidade. Dez anos depois da execução da juíza, as mortes cometidas durante as operações do Sétimo Batalhão aumentaram nove vezes. Foram 1089 mortes desde a emboscada que matou a juíza com 21 tiros dentro do carro, ao chegar em casa. Profissão Repórter registra violência contra moradores de comunidades em São Gonçalo (RJ) O repórter Pedro Borges acompanhou por quatro dias o carro do Instituto Médico Legal para retratar as vítimas da violência em Salvador. Logo no segundo dia, o repórter conheceu a mãe, irmã e companheira de homens que morreram numa operação policial no bairro de Cidade Nova. A Bahia registrou um aumento de 47% no índice de letalidade policial. Saltou de 773 mortes, em 2019, para 1137, em 2020, o que fez o estado ultrapassar em números absolutos de São Paulo, o estado mais populoso, e se aproximar do Rio de Janeiro, estado com a polícia mais letal do país. Os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública também indicam que 100% das vítimas de violência policial em Salvador eram de homens negros. A Bahia é um dos estados que planejam adotar o uso de câmeras na farda dos policiais para monitorar o trabalho dos agentes de segurança. Bahia registra aumento de 47% no índice de letalidade policial Em São Paulo, a Polícia Militar criou um projeto para tentar reduzir o número de pessoas mortas por PMs em serviço. Três mil câmeras corporais portáteis, que gravam sem parar e não podem ser desligadas, foram instaladas nas fardas de policiais de 18 batalhões do estado. Em junho, primeiro mês do projeto Olho Vivo, os policiais desses batalhões não mataram ninguém. A letalidade da Polícia Militar caiu a níveis históricos, mas as denúncias de execuções em outras áreas continuaram. A reportagem de Guilherme Belarmino investiga essas mortes, tanto em situações em que os policiais usam câmeras como nos batalhões que ainda não implantaram a tecnologia. A madrugada de 5 de julho foi marcante para o projeto Olho Vivo porque policiais de um batalhão com câmeras mataram pela primeira vez. Em uma perseguição após um roubo a residência, Victor Manuel Evangelista, de 20 anos, levou um tiro de fuzil de um sargento do 22o Batalhão, que atua em Paraisópolis, capital paulista. Polícia de SP cria projeto para tentar reduzir número de pessoas mortas por policias em serviço
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