Um dos maiores museus de arte contemporânea a céu aberto do país vai abrigar, por dois anos, as obras e a história de Abdias Nascimento, grande mestre e defensor da cultura afrodescendente. Inhotim vai homenagear o Museu de Arte Negra É em Inhotim, um dos maiores museus de arte contemporânea e a céu aberto do país, que a cultura negra desembarcou. “Vem cobrir uma lacuna. Não só na questão da reparação, questão da inclusão, mas principalmente na concepção do que é ser brasileiro”, explica o ator Adir Assunção. O Museu de Arte Negra foi criado em 1950 e nunca teve uma sede própria por falta de patrocínio. Só agora, 71 anos depois, é que todo o acervo vai ocupar por mais tempo um espaço de tanto destaque. Durante dois anos, vai ser em uma galeria de Inhotim, que vão ficar expostas as obras e a história do grande mestre e defensor da cultura afrodescendente, Abdias Nascimento. “Abdias Nascimento foi um griot. O que é um griot? É alguém com saber absurdo. Poesia, política, arte, teatro, militância, ativismo, professor, jornalista. Então, era um cara que sabia muito de muitos assuntos”, diz o curador Júlio Menezes Silva. As obras de Abdias romperam com os padrões, os conceitos de arte moderna. Ele pintou orixás, igrejas, montanhas e foi subversivo ao representar um anjo barroco negro. Há quatro anos, o cenógrafo Ricardo Motta comprou três obras de Abdias Nascimento, nas ruas do Rio de Janeiro. Duas estão na mostra. “Quando eu vi aquele negócio no chão muito colorido, eu olhei atrás, vi Abdias Nascimento. Não sei se tinha mais obras, se eram só essas, de onde vieram, por onde, qual o caminho delas. Nem Elisa sabe”, conta Ricardo. Elisa Larkin é viúva de Abdias Nascimento que tem a missão de levar em frente o Museu de Arte Negra, criado por ele. “Fizemos essa parceria com Inhotim, que acolhe esse projeto com a perspectiva de construir uma ação reparatória, não apenas uma exposição, mas uma ação que traga benefícios para a população, para a população negra e a população do entorno”, explica Elisa. A exposição também tem obras de outros artistas negros e de outros talentos, como Tunga. Um legado para ser reverenciado por toda a população brasileira. “É de extrema importância a gente poder chegar um pouquinho mais perto do Abdias, conhecer um pouquinho mais da sua história, poder sentir o amor, o carinho e a força que esse militante, artista e político teve na nossa história”, diz a jornalista Etiele Pereira Martins.
source https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2021/12/04/inhotim-vai-homenagear-o-museu-de-arte-negra.ghtml
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