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Em depoimento, delator afirma que sacava dinheiro vivo para pagamentos a esquema que envolvia Cristiane Brasil e Pedro Fernandes

Vídeo foi obtido com exclusividade pela GloboNews. Delator diz que ex-deputada Cristiane Brasil e ex-secretário Pedro Fernandes receberam propina em esquema de corrução no RJ A GloboNews obteve novos trechos em vídeo da delação de Bruno Selem utilizada na investigação que culminou na Operação Catarata, que prendeu, no ano passado, Pedro Fernandes e Cristiane Brasil. O esquema, segundo o MP, desviava verbas de contratos de assistência social no estado do Rio e na capital. Selém, trabalhou na empresa Servlog, que teve contratos milionários com a Prefeitura do Rio e o Governo do Estado. Ele foi preso em 2019 na primeira fase da operação e passou a colaborar com as investigações. Nos depoimentos, ele contou que sacou dinheiro vivo para pagamentos a envolvidos no esquema. “Ah Bruno, saca R$ 30 mil, R$ 40 mil, não sei quem vai passar aí pra pegar. Fulano vai aí pra buscar os R$ 30 mil", disse Selém. O delator reafirmou que a ex-deputada federal Cristiane Brasil e o ex-secretário estadual de educação Pedro Fernandes receberam propina no esquema. Os vídeos também mostram o momento em que Selém afirma que o Projeto Novo Olhar, que oferecia consultas oftalmológicas e distribuição de óculos para população de baixa renda, era superfaturado. Promotor: Havia superfaturamento nessas licitações do Novo Olhar, nos pregões eletrônicos? Bruno Selem: Sim, havia. Sobrava bastante dinheiro para pagamento de propina. Na mesma operação que prendeu Selém, a polícia prendeu o empresário Flávio Chadud, dono da Servlog. Em depoimento ao Ministério Público, salém disse que recebia ordens do chefe, Flávio Chadud. Vídeos mostram encontro em que, segundo delator, Claudio Castro recebeu propina; governador nega Cristiane Brasil Em agosto, o MP denunciou 25 pessoas, acusadas de participar do esquema de corrupção. Um dos alvos da investigação foi Cristiane Brasil, que chegou a ser presa em setembro do ano passado na segunda fase da operação catarata, mas ficou pouco menos de dois meses na cadeia. Na denúncia, os promotores afirmam que ela começou a receber propina, a partir de 2013, na época ocupava o cargo de secretária municipal de envelhecimento saudável. O delator Bruno Selém diz que o dinheiro era desviado de um projeto social. Promotor: A Cristiane Brasil , na época de secretária, quando trabalhava na secretaria, ela tinha uma mesada de propina? O senhor pode afirmar isso? Bruno Selem: Sim. Promotor: E por que ela recebia esse dinheiro decorrente de propina, qual era a contrapartida para a Servlog? A Servlog tinha algum contrato? Bruno Selem: A Servlog tinha o Qualimóvel. Promotor: E o que fazia esse projeto social Qualimóvel? Bruno Selem: Era odontologia, massoterapia e oftalmologia. Promotor: Para pessoas carentes? Bruno Selem: Para pessoas idosas. A investigação apontou ainda que dinheiro público foi desviado de contratos da Servlog com a Fundação Leão XIII, órgão do governo do estado que atua na área de assistência social. Pedro Fernandes Outro político do Rio de Janeiro teve o nome envolvido nesse esquema: Pedro Fernandes, também denunciado pelo Ministério Público. Os promotores afirmam que o ex-deputado e ex-secretário estadual controlava a fundação Leão XIII entre 2015 e 2018. Bruno Selém contou que não era só dinheiro que Pedro Fernandes ganhava com o “Novo Olhar”, nome do projeto social que oferecia atendimento oftalmológico para população de baixa renda . Promotor: Eles tinham essa finalidade? direcionar o projeto social para o reduto eleitoral? Bruno Selem: É, Zona Norte. Promotor: Eles ganhavam de duas formas? Bruno Selem: Eles ganhavam de duas formas. pra eles era um projeto bom. eles ganhavam dinheiro e voto. Em outro trecho do depoimento, Selém deu detalhes da suposta divisão da propina. E diz que João Marcos Mattos, apontado como braço direito de Pedro Fernandes, também ficava com uma parte. Afastados de cargos públicos Pedro Fernandes e Cristiane Brasil viraram réus por organização criminosa e corrupção, e aguardam o julgamento em liberdade. Eles estão proibidos pela justiça de assumir cargos públicos. Mas, em janeiro desse ano, a Globonews revelou que Cristiane Brasil descumpriu a ordem judicial e começou a trabalhar na Assembleia Legislativa de São Paulo. Depois da reportagem, a ex-deputada pediu exoneração. O novo emprego durou apenas 9 dias. Agora, a ex-deputada espera a autorização da justiça pra virar presidente do PTB Mulher. Já Pedro Fernandes, que chegou a ser candidato a governador em 2018, deixou a política de lado e trabalha como corretor de imóveis. O que dizem os citados Em nota, a assessoria do ex-secretário estadual Pedro Fernandes disse que “trata-se de uma delação sem provas e sem consistência. O delator diz que ouviu dizer. A prisão do ex-secretário Pedro Fernandes foi anulada por unanimidade pelos desembargadores. Mesmo após vários pedidos, até hoje Pedro ainda não fui ouvido e nem foi aberto o prazo para apresentação da defesa. Pedro Fernandes não tem dúvidas de que assim que tiver a oportunidade de apresentar as provas, tudo será esclarecido e todos verão que as autoridades foram induzidas ao erro”. A ex-deputada federal Cristiane Brasil afirmou em nota que “o depoimento desse corréu [Bruno Selém] só serviu pra me envolver num caso em que sou inocente e para me tirar da disputa de prefeita. Até o promotor que me prendeu já saiu do caso. É só a palavra dele contra mim”. João Marcos Mattos não retornou os contatos da GloboNews. Em entrevista à GloboNews, o empresário Flávio Chadud negou todas as acusações de Bruno Selem. Para o dono da Servlog, o delator não apresenta nenhuma prova: “Esses números são fantasiosos, que ele [Bruno Selem] inventa. Ele nunca teve controle de nada. Ele era apenas um funcionário administrativo, nunca foi da gestão da empresa. Se ele era a pessoa que controlava a conta de propina, cadê essa conta de propina? Onde estão essas planilhas, com a propina? Isso não existe. Nego todas as acusações, até porque ele não apresenta prova nenhuma, de nada”. A advogada Tathiana Costa, que defende o delator Bruno Selem, destacou em nota que “na qualidade de colaborador da Justiça, todos os esclarecimentos e provas foram devidamente entregues e indicados às autoridades competentes, não podendo, por dever de ofício, se manifestar além disso perante autoridades e terceiros interessados que não aderirem ao seu acordo de colaboração”.

source https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/03/31/em-depoimento-delator-afirma-que-sacava-dinheiro-vivo-para-pagamentos-a-esquema-que-envolvia-cristiane-brasil-e-pedro-fernandes.ghtml

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